quarta-feira, 1 de julho de 2015

O véu

Observo as mulheres envoltas em panos e questiono-me: porque está o véu tão presente na indumentária feminina?
Seja qual for a cor da pele, religião ou estrato social, idade ou género, cobrir a cabeça parece ser um ponto de ligação entre os povos que tanto pode nos unir como afastar, ser uma forma de devoção ou indignação, sinónimo de amor ou ódio.
O uso religioso salta de imediato à mente. O cristianismo com o véu branco da noiva que cobre o rosto em sinal de humilde castidade, o véu de renda que cobre o cabelo das devotas na missa, o véu de recolhimento que envolve as freiras. A igreja Ortodoxa representada pelo véu preto dos padres, o islão com o seu véu masculino de algodão estampado ou liso consoante a etnia, e o famoso véu feminino que atinge o extremismo na forma da «burca».

No sentido oposto - como objecto de sedução - o véu é novamente uma peça essencial de adorno feminino. Usado pelas odaliscas nos contos das «mil e uma noites», transforma-se num símbolo de sedução e é um acessórios incontornável do erotismo.
É chic quando usado por uma estrela de cinema, e antiquado quando na cabeça de uma aldeã. É tipico enquanto pertencente a um traje regional e moda quando apresentado numa passerelle de «haute couture».
Finalmente é arte, quando interpretado pela alma e mãos de um artista